Pacientes Anticoagulados
Pacientes Anticoagulados
Pacientes portadores de algumas condições como
-trombose venosa profunda,
-fibrilação atrial,
-válvulas cardíacas artificiais,
necessitam realizar terapia anticoagulante, a fim de
minimizar complicações trombóticas.
Os fármacos utilizados para este fim são os anticoagulantes,
os agentes anti-agregantes plaquetários e os fibrinolíticos, utilizados,
isoladamente ou em associação.
O uso contínuo destes medicamentos aumenta o risco de eventos
hemorrágicos.
A decisão de manter ou suspender a terapia, antes de
procedimentos invasivos, deve estar baseada no risco do sangramento versus o
risco de complicações trombóticas.
Por este motivo, a manutenção da terapia anticoagulante tem
sido defendida, desde que recursos adicionais para a obtenção da hemostasia
sejam adotados.
Classificação do risco
de sangramento:
Risco Baixo
• Extrações simples.
•Pequenas biópsias.
• Raspagem periodontal.
• Pulpectomia.
• Aumento de coroa clínica.
Risco Alto
• Exodontias múltiplas.
• Exodontia de inclusos.
•Enucleação de lesões.
•Biópsias extensas.
•Instalação de implantes.
• Cirurgia periodontal.
Classificação do risco
de complicações trombóticas:
Risco Baixo
• Fibrilação atrial (FA) sem história de acidente vascular
cerebral (AVC).
• Trombose venosa há mais de 6 meses.
• Cardiomiopatia sem fibrilação atrial.
• Portador de válvula aórtica com < 2 fatores de risco
para AVC.
Risco Moderado
• Disco de válvula aórtica com e ”2 fatores de risco para
AVC”.
• Fibrilação atrial (FA) com e ”2 fatores de risco para AVC”.
• Trombose venosa há menos de seis meses.
Risco Alto
• Válvula mitral mecânica.
• Trombose venosa há menos de 3 meses. •Estado de
hipercoagulabilidade.
• Fibrilação atrial (FA) com história de AVC. • Infarto agudo
do miocárdio com menos de 3 meses.
• AVC e isquemia transitória recente.
Recursos adicionais
para obtenção da hemostasia:
• Suturas.
• Cola de fibrina.
• Esponjas e membranas hemostáticas.
• Agentes antifibrinolíticos de uso sistêmico ou tópico.
Atendimento para usuários dos novos anticoagulantes
(inibidores diretos dos fatores IIa e Xa):
• Recentes no mercado: dabigatrana, rivaroxabana, apixabana.
• Não exigem monitorização laboratorial.
•Pacientes portadores de condições cardíacas predisponentes a
endocardite bacteriana, deverão receber profilaxia antibiótica conforme
recomendações da Associação Americana de Cardiologia (AHA).
• O risco de sangramento parece ser semelhante ao dos
anticoagulantes tradicionais. Como não existem muitos estudos avaliando o risco
de sangramento em procedimentos invasivos orais, recomenda-se discutir com o
médico assistente a melhor estratégia a seguir.
Os antagonistas da vitamina K e os agentes anti-agregantes
plaquetários são fármacos de uso oral utilizados para anticoagulação.
Quando pacientes anticoagulados são submetidos a
procedimentos odontológicos invasivos, a hemostasia pode estar comprometida,
portanto o conhecimento adequado do manejo destes pacientes é fundamental.
Protocolo para atendimento de usuários dos antagonistas da
vitamina K
• Principal representante é a varfarina sódica (MarevanR).
• Exige controle laboratorial através da razão internacional
normalizada (INR), cujo valor normal é 1,0.
• A maioria das condições clínicas exige valores de INR entre
2,0 e 3,0, para uma anticoagulação adequada.
• Pacientes portadores de condições cardíacas predisponentes
a endocardite bacteriana, deverão receber profilaxia antibiótica, conforme
recomendações da Associação Americana de Cardiologia (AHA).
• Adotar técnicas cirúrgicas atraumáticas.
• Independente do risco de complicações trombóticas, para os
procedimentos de baixo risco de sangramento, a terapia anticoagulante NÃO DEVE
SER SUSPENSA, se o valor do INR for até 4,0 no dia do procedimento cirúrgico.
Utilizar recursos adicionais para obtenção da hemostasia e realizar, no máximo,
três exodontias por consulta.
• Não há estudos, com amostras significativas, quanto ao
manejo de pacientes candidatos a procedimentos de alto ou moderado risco de
sangramento.
Nestes casos, a depender do risco de complicações trombóticas,
avaliar, em concor dância com o médico assistente, a suspensão temporária do
anticoagulante ou a substituição da terapia oral por heparina e realizar o
procedimento, considerando o uso de recursos adicionais, para obtenção da
hemostasia.
Protocolo para atendimento de usuários de anti-agregantes
plaquetários
• As drogas mais utilizadas são AASR, ClopidogrelR e
TriclopidinaR .
• O ClopidogrelR e TriclopidinaR oferecem maior risco de
complicações hemorrágicas. • A administração simultânea de dois fármacos deste
grupo, potencializa o risco de sangramento.
• Não exigem monitorização laboratorial.
• Pacientes portadores de condições cardíacas predisponentes
a endocardite bacteriana, deverão receber profilaxia antibiótica, conforme
recomendações da Associação Americana de Cardiologia (AHA).
• Adotar técnicas cirúrgicas atraumáticas.
• Pacientes em monoterapia com AAS, quando submetidos a
procedimentos de baixo risco de sangramento, NÃO NECESSITAM SUSPENDER A
TERAPIA. Deve-se, entretanto, considerar o uso de recursos adicionais para a
obten ção da hemostasia e realizar, no máximo, três exodontias por consulta.
• Não há consenso quanto ao manejo de pacientes sob uso
simultâneo de dois fármacos deste grupo e submetidos a procedimentos de baixo
risco de sangramento.
Alguns autores defendem a suspensão de um dos fármacos (geral
mente o Clopidogrel) de 3 a 5 dias, antes do procedimento e a reintrodução do
medicamento 24 horas após.
Outros advogam pela manutenção da terapia, com a adoção de
recursos adicionais, para a obtenção da hemostasia. • Não há estudos clínicos
quanto ao manejo de pacientes em uso de anti-agregante plaquetário e submetidos
a cirur gias bucais com maior expectativa de sangramento (mais de 3 extrações,
etc...). As recomendações variam entre minimizar os procedimentos (uma extração
por tempo cirúrgico), realizar o procedimento em ambiente hospitalar,
substituir a terapia oral por heparinas e suspender o medicamento de 5 a 7
dias, antes da cirurgia.
• Nas duas últimas situações, deve-se discutir com o médico
assistente, a melhor conduta a seguir.
Extraído do site do CRO_RJ - Autoras: Rosangela Varella da
Silva e Sandra Regina Torres
Comentários
Postar um comentário